quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Magister e SIEM na midia

Técnica de ensino usa simulação da história

Modelo, como é conhecido, faz com que alunos aprendam representando

13 de setembro de 2010 | 0h 00
Luciana Fadon - O Estado de S.Paulo
O clima é tenso na sala em que Getúlio Vargas discursa sobre a revolução que os paulistas tentaram levantar. No espaço ao lado, o papa Pio IX está reunido no Concílio Vaticano I, debatendo temas teológicos. Ao longe, se ouve gritos de "Abaixo o bolchevismo". Tudo isso no mesmo espaço, nas salas de aula de uma faculdade, onde estudantes do ensino médio simulam fatos históricos - uma técnica de ensino e aprendizagem que mistura teatro com realidade.
Teatro. Os alunos Joana Perrone, Lucas de Carvalho (com uniforme) e Marcello Delai durante representação na FGV

Também chamados de modelos, esses eventos propõem que o participante - aluno do ensino médio ou universitário - simule situações reais vivenciadas nas mesas de negociações diplomáticas, exercitando habilidades como a oratória, a escrita, a lógica, o trabalho em grupo, a identificação de uma situação-problema e sua resolução. O método, que começou dentro de universidades, ganhou encontros anuais e novos adeptos no ensino médio. Em São Paulo, existem três eventos desse tipo voltados para alunos do ensino médio: o Fórum FAAP, organizado em maio; o São Paulo Model United Nations (SPMun), que teve neste ano sua primeira edição; e a Simulação para o Ensino Médio (SiEM), realizada na última semana. Os dois primeiros se dedicam exclusivamente a simulações de comitês das Nações Unidas, enquanto a SiEM propõe aos estudantes situações e desafios históricos.
Para os estudantes, a maior atração é a possibilidade de poder reviver e entender fatos históricos, modificando seu curso durante as representações. Eles estudam o tema e se vestem de parlamentares ingleses, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), líderes políticos, religiosos e representantes de veículos de comunicação.
Já os professores enxergam nesses eventos elementos positivos para a realização do Enem e de vestibulares. "As simulações possibilitam a visualização de situações-problema, que são a base do Enem e de várias provas de vestibular. Além disso, há um excelente trabalho da velocidade argumentativa", diz Pablo Reimers, professor de Língua e Cultura Hispânica do Colégio Magister. "Os alunos passam a ter domínio do objeto estudado e têm de dialogar com perguntas e conteúdos que são cobrados nos principais vestibulares."
Joana Perrone, que está no 3.° ano do colégio Nossa Senhora das Graças, vê nas simulações uma maneira lúdica de aprendizado. "Ao participar de modelos, acabo aprendendo sem necessariamente ter de sentar e só ler."
Oratória. Gabriel Toledo, aluno do ensino médio, simula protesto durante Revolução Russa Marcello Delai, do 3.° ano do Porto Seguro, diz que os conhecimentos adquiridos não são apenas históricos. "Ao entendermos diferentes ideias e posições, conseguimos formar e reagir a diferentes percepções, complementando nossa formação como cidadãos."
A professora de geografia Regina Mara da Fonseca trabalha há 10 anos com um modelo interno do colégio Bandeirantes. A técnica, que está sendo adotada cada vez mais por colégios particulares, é vista por ela como "a ferramenta pedagógica mais completa". "O aluno aprende a falar, ouvir, escrever, usar da diplomacia. É um tipo de aprendizado ativo."
Laboratório. "As simulações seriam nosso laboratório, a atividade prática da área de humanas", argumenta o professor de história do Colégio Magister, Maurício Parsi. Para ele, as simulações usam a dramatização como método de ensino em sala de aula. Os alunos entram no clima teatral e acabam incorporando o personagem, como mostra Lucas de Carvalho Moreira, de 17 anos, do 3.º ano do colégio Leonardo da Vinci, em Brasília. Trajando indumentárias militares, Lenin, como ficou conhecido, revela que tem de atuar. "O participante de simulações é um ator."
Jonas Tavares, do 2.° ano do Anglo Cassiano Ricardo de São José dos Campos, não perdeu por um minuto a pose imponente de Vargas em sua simulação. "As simulações também são positivas porque treinam sua segurança e confiança." Seu interesse nesse tipo de evento surgiu em seus próprio colégio. "E também porque eu quero seguir a carreira diplomática", diz.
Entre os participantes, porém, não há apenas interessados na carreiras humanas. Estudantes que pretendem prestar Medicina, Engenharia e até mesmo Física aproveitam a experiência adquirida durante as simulações. Marcello disse querer Arquitetura, mas que agora não descarta a possibilidade de cursar Direito. "Comecei a pensar nessa segunda possibilidade depois de começar a frequentar as simulações. Elas podem tanto ajudar quanto confundir na escolha da profissão", analisa.

Conhecimento
LUCAS MOREIRA
ALUNO DO LEONARDO DA VINCI

"Nos modelos, obtenho conhecimentos específicos e gerais que, de outra maneira, não teria contato. Além disso, temas abordados no vestibular estão sempre presentes nas discussões."
REGINA MARA
PROFESSORA DO BANDEIRANTES

"O maior retorno vem dos pais, ao ver que seus filhos passam a ter opinião e a ser mais participativos dentro e fora da escola."

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2 João Guilherme Werner
13 de setembro de 2010 | 20h 47
Fico imensamente maravilhado com a possibilidade e a oportunidade das simulações aparecerem na mídia. Como não podia deixar de ser, sou um modeleiro dedicado (inclusive participei da SiEM 2010, citada na reportagem) e posso dizer que esses eventos fundaram um marco na minha vida pessoal e acadêmica. A excelência exigida nesse tipo de atividade só faz com que os participantes se projetem cada vez mais nas questões socias, com criticismo e propriedade, aprovando resoluções muitas vezes inovadoras, inusitadas e brilhantes.
Modelo não é brincadeira, teatro ou mero ludismo: é uma oportunidade ímpar de se engajar num universo político que, apesar de nos vogar diariamente, não é, muitas vezes, inteligível. As simulações, portanto, criam uma nova esperança no que diz respeto à educação e ao criticismo: quesitos escassos em muitos dos quadros atuais.
Saudações a todos os modeleiros!
1 Antonio C Pereira
13 de setembro de 2010 | 10h 19
Excelente, este sistema deve ser obrigatório em todas escolas, uma forma dos alunos entenderem como aconteceu na vida real, desta forma creio que a violencia contra os professores diminue, assim havera mais interesses por partes dos alunos. Aplicar em todas as matérias e sei que é possível. Parabéns aos idealizadores.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Opinião dos nossos alunos sobre a SIEM








Opinião dos Professores Pablo Reimers e Mauricio Parisi sobre o SIEM




Clique neste link para ver a opinião dos profesores sobre a SIEM

Opinião dos pais e familiares dos nossos alunos sobre a SIEM

Professores Pablo e Mauricio,

Gostaria de em primeiro lugar agradecer todo apoio e cuidados que tiveram  antes e durante o siem com nossa filha Natália bem como com todos os participantes que representaram o Magister lá , a participação dos jovens nestas simulassões são de grande importância para seu desenvolvimento pessoal e estudantil , a Natália havia amado participar do forum na FAAP mas ficou maravilhada com a organização e desenvolvimento do siem , pelos seus comentários esse grupo superou as expectativas dos delegados do siem , espero que o entusiasmo desta turma posso motivar a outros jovens a participarem e viverem como eles 5 dias de debates, de superação e desenvolvimento, a participação da Natália nestes simulados propicionou novos horizontes de profissões a seguir .

Obrigada

Shirley Antunes 
(Mae da  aluna Natalia Antunes)






Achei uma experiência muito interessante, pois nunca imaginaria Larissa participando de uma simulação de qualquer tema que fosse, quem diria com temas relacionados com história. Mas pela dedicação que observei nos últimos dias e principalmente durante a realização do evento, já estou achando muito válido, pois esta mostrando o quanto, todos nós somos capazes de nos superar quando nos propomos a executar qualquer  tarefa que seja. Obrigado a todos!


Mãe da Aluna Larissa Alfenas



Com relação ao Projeto SIEM, posso informar que o evento demonstrou  algo deveras interessante aos alunos, pois faz com que os mesmos desenvolvam um senso de participação e de trabalho em equipe de alto nível.
Os temas desenvolvidos foram bem elaborados e o apoio recebido pelos alunos do Magister,pelos professores Pablo e Mauricio designados pelo coordenador Pedagógico Marcelo Feitosa podem ser classificados como exatos.
Os alunos tiveram um grau de comprometimento acredito acima até do esperado, haja visto o grau de discussão apresentados pelos mesmos após os finais dos debates, bem como em seus intervalos.
Como pessoa (visitante) que tive a oportunidade de assistir várias simulações, gostaria de ver este projeto desenvolvido dentro do Colegio Magister, para que os alunos possam ter uma visão maior da responsabilidade de cada pessoa em cada ato da história.

Parabéns a todos os participantes

Ivan Carlos de Melo
Tio do alono Leonardo Alves de Melo



A Coordenação  Pedagógica.


           Tendo acompanhado minha filha nestes dias, e também com o reconhecimento do encontro anterior (FAAP), evidencio pontos de grande importância e aplicabilidade aos alunos:

  • Mantém uma disposição inerente e com o desenvolvimento de um censo de responsabilidade;
  • Buscam informações, que ultrapassam a formação convencional, interagindo e discutindo com formadores e passando a serem formadores de novos pensamentos;
  • Participam e tentam entender uma realidade presente fora dos muros da escola;
  • Os debates direcionam seus participantes a responderem em situações por vezes não previstas, como ocorrem em nossos atos;
  • Estimula-se que dialoguem, cerquem-se de dados que possam usar como base a sua participação, pesquisam e têm que ouvir o que os outros preparam, desenvolvendo um senso crítico;
  • Observo que apesar dos encontros terem ocorridos em épocas de feriados prolongados, não houve manifestação de terem perdido o feriado, mas sim ganhado em formação;
  • Com o fim do primeiro encontro e chegando ao fim o atual, identificado a vontade e disposição de participarem nos do próximo ano.

Com os dados observados, entre estes os destacados acima, reconheço como de grande formação estes encontros, não só para o estudante, mas para o cidadão que a escola prepara para o mundo.


São Paulo, 06 de setembro de 2010.

Roberto Antonio Fiore
RG: 6.911.320-8

 Pai da Aluna Beatriz Fiore


Clique neste link para ver a opinião de alguns familiares de nossos Alunos


Relatório do último dia da aluna LARISSA ALFENAS



 Começamos o dia discutindo, na última seção do concílio na SiEM, sobre a infalibilidade papal, discutindo os pontos negativos e positivos do tema. Deixamos o assunto em aberto e passamos para as invasões das tropas de Garibaldi, onde houve um aproximação. Tivemos que nos retirar para Malta. Ao chegar, começamos a produzir um documento de trabalho sobre a infalibilidade. O Papa continuou no Vaticano, podendo assim ser morto. Reunimos os documentos de trabalho para que conseguíssemos fazer a encíclica. Com isso conseguimos dar continuidade a essa escrita, acabamos ficando nessa seção para que o nosso “trabalho” do período que ficamos discutindo e debatendo sobre os temas propostos pelo concílio fossem concluído, por esse motivo acabamos almoçando na seção. E no final conseguimos dar um “término” ao concílio. 



Relatório do terceiro dia da aluna LARISSA ALFENAS


No início do dia começamos a debater sobre o liberalismo em geral. Houve uma debate moderado a respeito disso, pois os arcebispos Connoly, Kenrick e Darboy se pronunciaram a favor do liberalismo. Esses arcebispos pensam que com o liberalismo o país deles estaria “melhor”. Ao longo do dia mudamos para o próximo assunto, dando término do tema anterior (liberalismo), e dando inicio ao tema seguinte que foi infalibilidade papal, onde os arcebispos Kenrick, Darboy e Connoly não concordaram plenamente com o tema. O concílio em geral propôs e concordou em “usar” a última seção do dia para debater sobre esse tema. Nesta seção houve a presença de um representante de uma igreja católica oriental. Tiveram inúmeros argumentos,
Na última seção o debate passou a ser moderado. Recebemos uma carta onde retratava que os padres participantes do concílio Vaticano deveriam decidir se a infalibilidade papal deve ser considerada um dogma ou não. Depois de um longo debate resolvemos escrever em um papel os pontos positivos e negativos sobre o tema. Acabamos tendo que deixar o assunto em aberto para debater no próximo dia.

Relatório do último dia do aluno FERNANDO PIOVESAN



A Simulação de Ensino Médio (SiEM) é uma nova forma de compreender as características de temas variados. Através desse fenômeno recente, podemos abranger situações diferenciadas e discutir o futuro de uma nação ou um caso diplomático.
Sou um representante do Parlamento Inglês da “Câmara dos Comuns”, defendo a ideia de que a Burguesia deva tomar o poder. Viver em época de grandes mudanças sociais não é algo extremamente fácil, principalmente quando se encontramos em uma Monarquia Absolutista que frequentemente sofre por problemas sociais.
Após esses cinco dias de SiEM discutimos temas variados, como a permanência ou não do rei; a religião oficial da Inglaterra; invasão de terras vizinhas. A Inglaterra estava completamente sob o caos social. Tropas escocesas enviadas pela nobreza estavam invadindo cidades ao sul com o apoio do rei Carlos I. Propomos a invasão da Irlanda como forma de conseguir capital rapidamente para combater os escoceses, porém quando aprovamos este projeto de resolução, esquecemos que as tropas inglesas já estavam empenhadas a combater os escoceses, com a sua retirada do sul para o norte, deixamos aberto o caminho para o avanço do rei.
Porém o plano do rei só foi concretizado com eficiência devido a várias conspirações que frequentemente ocorreram em nosso parlamento, agentes do rei estavam infiltrados e dispostos a informar com antecedência sobre as diversas formas de ataque contra o próprio. A invasão da Irlanda já estava previamente avisada ao rei por um Realista membro da Câmara dos Comuns, naturalmente um traidor.
Se dependesse por nós, talvez viveríamos ainda sob Monarquia Absolutista já que o avanço do rei foi possível. A proposta do SiEM é de grande respeito, através dessas grandes simulações conseguimos compreender mais aprofundado temas que geralmente não são discutido em sala de aula. Só após participar da primeira simulação o aluno compreende que ele pode afetar todas as consequências na sociedade. Reforçando a ideia do slogan utilizado pelos idealizados da SiEM: “Fazendo História”.